Pular para o conteúdo principal

A manicure e o foragido

A manicure e o foragido - fazer a churrasqueira era o sonho do marido. Contrata pedreiro, compra tijolo. "O pedreiro comia na mesa de casa. Trabalhou duro, nunca mexeu em nada", recorda a manicure Érika.
"Brincava com o filho dela" destaca a irmã Daiane, enquanto pede o outro pé.
"E aí?", questiona a cliente jornalista.
"Pouco tempo depois foi trabalhar noutro lugar, por indicação minha. Até que acharam ele, levaram preso quando identificaram o foragido".
"Que susto!", diz a moça trocando a pintura dos pés.
"Foi aí que entendi, no tempo que prestava serviço para mim, eu fazia questão de pedir pra ele assinar o recibo. Perguntava, qual nome devia colocar no papel e ele sempre dizia com certo ar de indiferença: 'pode ser Fábio, Fabinho, Fabião'. Tanto fazia, ele nunca me deu o nome inteiro".
Naquela tarde, Érika recebeu uma mensagem do marido, a máquina que fazia terraplanagem no lote do vizinho derrubou seu muro, foi um estrago só. A mesinha de tampo de vidro não sobreviveu, que pena.
"Pelo menos não estragou a churrasqueira", comemorou timidamente.
A outra cliente chega apressada senta e revela: "Tbm já contratei foragido. Trabalhava mto bem, melhor que mtos outros. Qdo assinei a carteira dele, dois meses depois vieram prender o homem. Deve ser pq fugia que trabalhava mais né!?", meditou em alto volume. "Eu acredito que as pessoas podem mudar", diz Daiane sorridente.
"Eu não sei se recupera, mas foi preso trabalhando". Unhas feitas, bora trabalhar que o horário de almoço já era. Tchau gente!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Até você vir

 Até você vir  O vento era tudo Que ia, que vinha  Até você vir O tempo passava Eu o sentia, lânguido Agora tudo é brisa O tempo desliza Suaves rompantes Coram-me a face Cartas ridículas Cartas eróticas Seu corpo pálido Minha pele morena Seu corpo nu Minha alma despida Érica Alcântara

Isabelense é inocentado após 17 meses de prisão

“A esperança de voltar para minha família me manteve vivo”, disse David João Nunes Inácio por Érica Alcântara David João Nunes Inácio fez questão de começar a sua entrevista na quarta-feira, 23/10, dizendo: “Eu sou isabelense, nasci aqui, trabalhava aqui e não quero deixar esta cidade”. Em abril de 2018 ele foi preso, acusado de participar de um crime que, em dezembro de 2015, ceifou a vida da professora Maria Helena de Oliveira Godoi, assassinada na cidade de Redenção/Pará. Após 541 dias preso, o Juiz de Direito do Pará, em auxílio à Vara Criminal de Redenção, Dr. José Torquato Araújo de Alencar absolveu David de todas as acusações em face da falta de provas. “Não guardo revolta, só a vontade de voltar para minha vida”, diz. O Processo No dia 24/04/2018, David foi preso quando saía do trabalho na Secretaria de Serviços Municipais. Ele ficou preso alguns meses em São Paulo, depois foi transferido para o Pará onde ficou sete meses sem ver a esposa, Luciene Cristina

Sobre a prova de Deus

Setembro de 2004, sentada na varanda de casa reflito sobre Deus.  Mais ainda, penso nas instituições que garantem representá-Lo. Me calo. O Deus por muitas delas defendido é sempre condicionado, por-Tanto, há sempre um preço a pagar.  E o amor nestes termos perde a pureza original, tem preço com QrCode no final. A dura verdade, a verdade mais difícil de digerir é que no fundo-no-fundo não dá para provar a existência de Deus, porque as provas concretas o reduzem a condições limitadas à nossa própria existência. Reduzir o divino é tirar de Deus sua onipotência, é transformar o Criador na própria criatura. Érica Alcântara