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Mostrando postagens de maio 2, 2010

Mito

Dentro de cada um reside um Minotauro, criado e alimentado pelos tormentos que nos consome energia. O fio de Ariadne? Tecer de dia e desfiá-lo à noite... Talvez, quem sabe, desafiar... Percorrer os corredores do labirinto e extirpar a fera. Por hora, dou à criatura o alimento das emoções inconstantes que insisto engavetar!

Para começar

Devo iniciar este momento com a minha descrição das coisas? Como conhecer o outro senão pelo que ele concebe da realidade? Eu venho de Minas, das terras altas e nobres e nem sempre contemplada pela lucidez. Cresci sozinha, como crescem as plantas de meu jardim e, de certo modo, creio que este é o único jeito de se crescer por dentro, tanto quanto se cresce por fora. Depois vieram as vontades e os desejos, que por falta de orientação, seguiram o vento. E depois de passar anos, penalizando a embarcação, meu corsário encontra um rota e estou à caminho.

Harmonia

O fim da vida no campo Não é fácil alcançar a Harmonia, nem o bairro de Igaratá, que leva o mesmo nome desta virtude. Estradas tortuosas, sem sinalização, com pequenas vias que confundem o condutor inexperiente no município. Mas, quando se acerta o caminho, adentra-se num vale de beleza expressiva, cercado por montanhas e de água límpida, que brota fartamente da terra. O povo hospitaleiro é exemplo da qualidade de vida, do homem enraizado no campo, mas que aponta, com certa tristeza, para um futuro incerto, onde o sistema capitalista pode engolir e dizimar o pequeno produtor. Ditinha apresenta o bairro com o orgulho que salta aos olhos brilhantes. Organizadora das festas, agente de saúde e responsável pelas chaves da igreja, Ditinha conhece todos os moradores. As vicinais dentro do bairro são de difícil locomoção e, quando não há bois e vacas atravessando as vias, as valas formadas pela enxurrada da chuva deixam o acesso às casas muito difícil. Mesmo assim, Ditinha