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Mostrando postagens de outubro 27, 2019

Figa

Ele chegou na cozinha e puxou assunto contando de um debate em família. Debates em grupos de família pelo WhatsApp. Eu havia acabado de voltar de viagem. Este ano foi o ano que mais fui para casa. Quando soube que minha tia/irmã havia adoecido, eu quis ficar perto, o máximo que podia ficar. Ele desbloqueou o celular e começou a ler o debate. Eu fiquei ali, parada. A primeira coisa que pensei foi na disputa inteligente para ver quem estava certo, uma necessidade de ser mais poderoso, de argumento. E em outro tempo talvez eu tivesse comentado algo para apimentar a discussão, mas aquilo tudo parecia sem sentido. Eu vi o medo da morte de perto, então, estar certo, ou não, parecia a coisa mais tonta do mundo. Comecei a pensar na família como grupos de sangue, muitas vezes, de pouca ou nenhuma intimidade. Eu também passei por isso, essa necessidade de estar certo, ou ter o argumento mais forte. Mas a morte muda tudo, ou nos aproxima de vez, ou nos afasta para sempre. Percebi q