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Mostrando postagens de outubro 2, 2013

Homero’s de Dinda

Já no leito de partida, Dinda resistia à força da morte. Depois de sete anos entre idas e vindas do hospital, muitos duvidaram que ela não voltaria para casa. Neste meio tempo, a convivência pacífica que ela prometeu ao neto se transformou em anos de convivência regados a proteção e discussões fervorosas de uma família de sangue italiano, onde o amor transborda em gritos com expressões que, vez em sempre, magoam ou marcam a alma de um homem. De todos que foram se despedir de Dinda, Homero foi o único que se recusava a dar adeus. – Eu sabia que desta vez ela não ia voltar. Muitos anos antes, Dinda era conhecida como revolucionária. Com seu espírito rebelde e um temperamento tempestivo, para a pequena cidade do interior paulista ela não era uma mulher que passava despercebida. Numa época em que só os homens frequentavam os campos de futebol, Dinda tinha até uniforme de torcedora, ao lado do campo esbravejava aos jogadores: - Toca essa bola, dribla direito, vamos lá seu perna de