Estou quase no fim. A última página se aproxima como uma tragédia anunciada que logo invém. Quando terminá-la perderei a humanidade que sou na tua presença e essa ausência me dói antes mesmo que se realize. Sou uma pessoa que ama prefácios e páginas surpresas de livros que nunca termino. Tenho sido escrava de meus prazeres, sigo até o lugar onde o amor alcança o ápice e lá permaneço, sobrevoando minha felicidade sem ponto final, nem reticências. Quando terminar, serei mais órfã que antes de o ter lido porque saberei o gosto amargo ou doce de tuas palavras (antes desconhecidas). E ninguém sente saudades do que nunca teve. Na caixa do nada, nada falta, porque nada existe, ou exige. O nada confortavelmente nos abraça, como a ignorância fofa dos bebês na infância. Quando terminar, não seremos mais inocentes. Outra coisa advém, o eu que antecipa o fim de cada página, o eu do livro fechado e solitário na estante. E tudo que sou agora, sou pela relação que ainda o temos. Cada capítu
Todo mundo tem histórias para contar. Eu quero escrever a sua. Vamos lá?