Pular para o conteúdo principal

Adeus ao violão encantado de Pedro, pedreiro e compositor



Na quarta-feira, dia 21, Igaratá perdeu um de seus cidadãos mais queridos. A comunidade católica se reuniu na Igreja Nossa Senhora do Patrocínio para se despedir de Pedro Carlos da Silva, mais conhecido como Sêu Pedro, que faleceu aos 91 anos vítima de falência múltipla dos órgãos. 
Ao lado da esposa de Sêu Pedro, Regina Alves da Silva; de seus oito filhos (Maria, Solange, Dora, Marli, Alzira, Sandra, Sônia e Osmar); dos 13 netos e dos 13 bisnetos, toda a Manada (Grupo de Oração) se reuniu para dar adeus a quem dedicou sua vida a família, a fé e a instrução e proteção dos jovens.
Antes de falecer, já com o corpo cansado, ciente e lúcido de sua crença, Sêu Pedro pediu a família para manter seu sonho vivo: conservar aberto o Presépio Permanente que montou em sua própria casa no Natal de 2013. Dizia ele na ocasião: “Porque todo dia é Natal! Todos os dias devemos comemorar a presença de Jesus em nossas vidas”.
Por isso, seu lar, construído com suas próprias mãos sobre a pedra, continuará sendo referência para a comunidade católica, que desde 1969 conhece o pedreiro cantador de ensinamentos que ajudou a erguer a igreja Matriz da nova Igaratá. 
Sobre a música, Sêu Pedro se empolgava, com violão nas mãos, soltava acordes únicos compostos por ele mesmo em seus momentos de inspiração. Seu tema preferido era a fé que move os homens a serem pessoas de bem, como os santos que adornam a sua igreja.
Quando cantava, os olhos de Sêu Pedro transbordavam de lágrimas e não era choro de dor, era choro de contentamento. O sorriso acompanhava o sal do rosto e Pedro se animava e
m dividir com as pessoas as suas histórias.
Em sua última entrevista ao Jornal O Ouvidor, disse Sêu Pedro: “Para que tristeza? Pega essas coisas que te entristecem e põe no cesto de Jesus, ele sabe o que fazer com isso. Então, segue vivendo, não tem o que temer, se agarra na tua fé e vai”.



Érica Alcântara

Publicado no Jornal O Ouvidor em 22/02/2013

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Até você vir

 Até você vir  O vento era tudo Que ia, que vinha  Até você vir O tempo passava Eu o sentia, lânguido Agora tudo é brisa O tempo desliza Suaves rompantes Coram-me a face Cartas ridículas Cartas eróticas Seu corpo pálido Minha pele morena Seu corpo nu Minha alma despida Érica Alcântara

Sobre a prova de Deus

Setembro de 2004, sentada na varanda de casa reflito sobre Deus.  Mais ainda, penso nas instituições que garantem representá-Lo. Me calo. O Deus por muitas delas defendido é sempre condicionado, por-Tanto, há sempre um preço a pagar.  E o amor nestes termos perde a pureza original, tem preço com QrCode no final. A dura verdade, a verdade mais difícil de digerir é que no fundo-no-fundo não dá para provar a existência de Deus, porque as provas concretas o reduzem a condições limitadas à nossa própria existência. Reduzir o divino é tirar de Deus sua onipotência, é transformar o Criador na própria criatura. Érica Alcântara

Isabelense é inocentado após 17 meses de prisão

“A esperança de voltar para minha família me manteve vivo”, disse David João Nunes Inácio por Érica Alcântara David João Nunes Inácio fez questão de começar a sua entrevista na quarta-feira, 23/10, dizendo: “Eu sou isabelense, nasci aqui, trabalhava aqui e não quero deixar esta cidade”. Em abril de 2018 ele foi preso, acusado de participar de um crime que, em dezembro de 2015, ceifou a vida da professora Maria Helena de Oliveira Godoi, assassinada na cidade de Redenção/Pará. Após 541 dias preso, o Juiz de Direito do Pará, em auxílio à Vara Criminal de Redenção, Dr. José Torquato Araújo de Alencar absolveu David de todas as acusações em face da falta de provas. “Não guardo revolta, só a vontade de voltar para minha vida”, diz. O Processo No dia 24/04/2018, David foi preso quando saía do trabalho na Secretaria de Serviços Municipais. Ele ficou preso alguns meses em São Paulo, depois foi transferido para o Pará onde ficou sete meses sem ver a esposa, Luciene Cristina