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Visita à Aparecida



Viver, Que aventura insólita

Observar no outro a decomposição da existência

E sentir na carne os anos tomando força

Dobrar os joelhos contorcer-se de tanto sentir

E uma hora, sem que se perceba

Desistir dos sentidos mais doces da vida

Aparecida, imagem exuberante da decadência

De uma fé pela dor

De uma afeição pelo medo

Aparecida, afeto que não exige basílica

Fé, que não exige romaria

Amor que se aprende a duras penas

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A despedida de um irmão

A morte não é um espaço preciso, a se resumir em data e hora específicas, como os documentos resumem em “start and off”. Quando, na sala de cirurgia, o médico diz: “Acabou. Não se pode fazer mais nada”, a vida se remexe inteira em outro plano, reivindicando novos espaços de saber. A primeira lembrança marcante que tenho do Matheus já era um convite a novos saberes. Ele estagiava no jornal e eu, como tutora, era responsável por ajudá-lo a produzir reportagens que atendessem a critérios de imparcialidade, impessoalidade, clareza e outras coisinhas éticas das quais não abríamos mão. Lembro-me do dia em que Matheus foi escalado para fazer uma reportagem sobre um acidente em andamento. Na entrada de Santa Isabel, um motorista encontrava-se preso às ferragens. No local dos fatos, o jornal chegou antes da equipa de socorro, e Matheus recebeu a instrução: converse com o motorista até a ambulância chegar. Ele ficou na cabine, com o corpo abaixado, conversando com o homem ferido, que chorava mui

Até você vir

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