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Procura-se uma história para mulher centenária


Residente no bairro Bonsucesso em Igaratá, em uma casa feita de taipa e chão batido, Dona Almerinda Rodrigues dos Santos completa em 2009, 104 anos de uma vida que não se sabe a origem, mas que tem sido repleta de vitalidade.

Pouco se sabe sobre a verdadeira origem de Almerinda. Alguns dizem que fora filha de escravos que após a abolição teriam se perdido da filha. Outros afirmam que ela foi uma criança vendida por seus pais para conseguir alimento. E tem ainda, aqueles que dizem que ela era uma mulher simples que com o passar do tempo perdera o contato com seus parentes consanguíneos.
"Quem a conhece não imagina quantas histórias Almerinda já deve ter vivido. Além da falta de informação sobre sua infância ainda há o fato em que antigamente demorava para registrar os recém nascidos.
"Em seus 104 anos oficiais, quando Almerinda “encasqueta”, caminha cerca de 20 km, do bairro Bonsucesso até o centro de Igaratá, para visitar Paulo Melani, seu filho de criação. Paulo diz que ficou órfão aos sete anos e foi morar com Almerinda, - que na época já tinha mais de 20 anos registrados - e seu esposo Eugênio Rodrigues dos Santos, em Floriano, distrito de Barra Mansa/RJ. “Apesar de não ter tido filhos legítimos criou oito crianças, e a maioria já morreu de velho. Ela é minha segunda mãe”, afirma.
"Paulo conta que após viver alguns anos dividindo o marido com uma amante branca, Almerinda foi abandonada pelo companheiro. Sem posses, Paulo acredita que ela vivera grandes dificuldades. Quando soube do divórcio, ele já estava em Igaratá e foi buscar mãe no estado do Rio. Juntos, fizeram carvão e trabalharam na roça, plantando e colhendo a sobre vivência.
Hoje ele e suas filhas queriam dar a ela o conforto no centro da cidade, mas Almerinda prefere o Bonsucesso, a casa feita de barro que, de acordo com ela, está sobre a terra santa que circunda a pequena igreja. “Todo mundo aqui é meu amigo, meus vizinhos nunca me deixam sozinha”, conta.
"Ela evita e, às vezes, aparenta se confundir nas lembranças de como chegou a ser o que é. Com um carisma raro, a mulher centenária sorri e se diverte quando recebe visitas. Em meio a conversa, ela oferece o café fresco, claro como a simpatia e simplicidade que lhe é própria.
Almerinda vive sozinha “com Deus” e apesar de não ter receita para viver muito, segura entre os dedos enrugados o velho cachimbo e diz que o importante nessa vida é agir corretamente e ter fé.

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