Todo mundo tem histórias para contar. Eu quero escrever a sua. Vamos lá?
Ouro Preto
Gerar link
Facebook
X
Pinterest
E-mail
Outros aplicativos
Estou em casa ouvindo as canções feitas em/para minha terra. Sinto saudades de casa, mesmo estando sempre em busca de lar. Tenho saudades do povo que cria, das rodas de samba, dos sons que sobem as ladeiras úmidas de Ouro Preto.
A morte não é um espaço preciso, a se resumir em data e hora específicas, como os documentos resumem em “start and off”. Quando, na sala de cirurgia, o médico diz: “Acabou. Não se pode fazer mais nada”, a vida se remexe inteira em outro plano, reivindicando novos espaços de saber. A primeira lembrança marcante que tenho do Matheus já era um convite a novos saberes. Ele estagiava no jornal e eu, como tutora, era responsável por ajudá-lo a produzir reportagens que atendessem a critérios de imparcialidade, impessoalidade, clareza e outras coisinhas éticas das quais não abríamos mão. Lembro-me do dia em que Matheus foi escalado para fazer uma reportagem sobre um acidente em andamento. Na entrada de Santa Isabel, um motorista encontrava-se preso às ferragens. No local dos fatos, o jornal chegou antes da equipa de socorro, e Matheus recebeu a instrução: converse com o motorista até a ambulância chegar. Ele ficou na cabine, com o corpo abaixado, conversando com o homem ferido, que chorava mui...
Minduim, É verão e o sol das 13h faz o asfalto ficar mole à vista. Sigo para Lisboa; gosto tanto de escrever esta frase! Lisboa sempre foi um sonho a ser alcançado. Portanto, sempre que sigo para lá, lembro-me de todas as coisas que fazem nossos pés seguirem um determinado caminho. E essa seria a reflexão perfeita para nos escrever abundantemente: poesia, conto, elegia... Escrever como bilhete de passagem para a vida. Nos últimos anos, aprendemos tanto... e ainda há tanto caminho. Na noite passada, quando briguei contigo, restaram na casa: ausência e silêncio. . . . . E meu pedido de desculpas e meu agradecimento por tudo. . . . . Depois, ficamos ali em silêncio. Até a despedida virar um novo encontro. . . . . Hoje, sentada no banco mais alto do autocarro, percebo que não há outra pessoa para quem gostaria de escrever sobre ir a Lisboa. Sobre estar na cidade do nosso poeta preferido, sobre ser uma Pessoa. Então, esc...
Autocarro das 10h14, linha Praia de Santa Cruz rumo a Torres Vedras. Minduim, É sempre assim: sento-me a ver a estrada e logo penso em escrever para ti. E, porque você nunca morre e nem quero matar-te em mim... sigo escrevendo. Esta manhã, apareceu-me assim, sem qualquer aviso, Um sopro de vida , o último livro que partilhamos da Clarice! Tu sabes que pastos com aragens frescas podem, eventualmente, ser tomados de estrelas. Às vezes, olho para o céu e te chamo. Tu vês-me daí? Ainda podes ouvir-me? Olha que trecho que deitou-se ao meu colo é daqueles de boas conversas, looongas conversas: "Deus é uma coisa que se respira. Eu não tenho fé em Deus. A sorte é às vezes não ter fé. Pois assim, um dia, poderá ter A Grande Surpresa dos que não esperam milagres. Parece, aliás, que milagres acontecem como maná do céu, sobretudo para quem em nada crê. E essas pessoas nem notam que foram privilegiadas. Cansei de pedir. Para que o milagre aconteça, é preciso não esperá-lo." Estou mandando...
Comentários
Postar um comentário
O que eu penso disso...