Estamos nos afogando em nós mesmos, mergulhados por obrigação em nossos próprios corpos ... Até então éramos todos o mundo de fora, expandíamos para além das fronteiras do eu experimentando o outro e, a partir do outro, estabelecíamos padrões de referência: os limites pensáveis e intuídos de até onde queremos ir, o que aceitamos como certo e errado. Estamos agora encarcerados, o medo do outro lado da rua, do último abraço. O medo do outro só por ser outro e por não estar desde sempre sob nosso controle. Nós que temos perdido os limites das palavras e distribuído mentiras e maledicências como doces em festas de São Cosme e Damião. Mas eu nunca fui a estas festas e meus bolsos nunca se encheram de doces... Me lembro da queima de Judas, em Ouro Preto, uma réplica do apóstolo é queimada em praça pública e o evento é tido como infantil. Os adultos jogam balas e chocolates para o alto e as crianças se jogam no chão, empurrando violentamente umas contra as outras sobre os
Todo mundo tem histórias para contar. Eu quero escrever a sua. Vamos lá?